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A Copa de Futebol feminino pode ter acabado faz um tempinho, mas as lições que aprendemos com as atletas não ficam só na copa. Ou melhor, na Copa das Copas. Tivemos protagonismo diversos, na seleção americana alguns especiais, como o ativismo de Rapinoe, os gols lindos de Alex Morgan, Carli Lloyd e sua performance aos 37 anos, e a magnífica Julie Ertz. São histórias que fazem nossos olhos brilharem, e ao olharmos para fora, também olhamos para dentro. Não esperamos mais perfeição, mas queremos ver quem realmente vai fazer diferença.

Julie Ertz é uma das jogadoras do time americano que ganhou a Copa desse ano na França. Com 27 anos e uma carreia de sucesso com grandes vitórias e exposição na mídia. É casada com o também jogador de futebol, só que americano, Zach Ertz  – que já ganhou super bowl, e atualmente é tight end dos Eagles. Essa informação por si só não seria relevante, mas a atitude do moço é.

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A freaking BALLER and her husband

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Essa foi uma das tantas postagens que Zach fez durante a Copa do mundo apoiando Julie. Especificamente nessa ai que compartilhei, uma coisa me chamou a atenção: a legenda. Zach fez questão de se colocar apenas como marido de Julie – nada mais do que isso.

Por que isso significa tanto? Por que Zach também é atleta, tem visibilidade, fama e dinheiro, e aos 28 anos, tem uma carreira tão promissora quanto Julie, só que não precisou usar isso para dar mais brilho à vitória da esposa. Já ouviu a história do “Giselo”, o “marido da Gisele”? Então, é a história da gloriosa Gisele Bundchen e Tom Brady. Mas os protagonistas dessa história que estou contando aqui são atletas, com carreia em crescimento e declarações lindas de parceria.

Fotografia: reprodução Instagram Zach Ertz

Pode até parece bobo trazer essa história, mas se analisarmos nos pequenos detalhes, de bobo mesmo não tem nada. É cheia de significados para nós, mulheres. É mais uma lição para muitos homens que se sentem fragilizados ao ver a parceira brilhar e fazer sucesso.

São em situações como essa que percebemos o quanto a masculinidade além de tóxica, é frágil. O posicionamento de Zach mostrou mais do que apoio, mostrou como uma relação pode ter parceria sem qualquer tipo de competição. Mostrou também, que homens precisam apoiar não só suas mulheres, mas as causas em que estão envolvidas.

#Equalpay foi uma das grandes discussões que a copa do mundo feminina trouxe à tona e que precisa realmente ser discutida, não só no esporte, mas no dia a dia. Um homem que é ativista na rede social, mas dentro da empresa que trabalha não luta por igualdade de gênero, não é tão ativista assim. É necessário sair da rede social e fazer mais no dia a dia.

Homens não deveriam ficar incomodados com o sucesso da mulher que tem ao lado.

Homens não deveriam se sentir menos homens por que a parceira ganha bem, e muitas vezes mais do que eles.

Homens não deveriam, por pura insegurança, diminuírem suas parceiras.

Homens não deveriam olhar para a mulher que escolheram ter ao lado como uma competidora.

Entre tantas outras coisas.

O patriarcado é tóxico, o machismo é tóxico e a sociedade também é tóxica.

O feminismo, a igualdade de gênero e os direitos das mulheres, ganham força e são expostos cada dia mais porque simplesmente não dá para suportar essa estrutura social que, exige, frusta, expõe e diminui homens – e mulheres – que não se encaixam em padrões pré estabelecidos.

O provedor perdeu lugar para o parceiro. É de igual para igual.

Depois dessa, casar só se for assim, tipo Zach e Julia Ertz! (que sorte Julie!).

Brincadeiras à parte e bem longe de ser perfeito, sabemos que existem muitos contextos que precisam ser analisados para falarmos de uma relação, afinal, só quem convive sabe dos obstáculos cotidianos. A postagem do Zach não faz dele o melhor marido do mundo, assim como não faz Julie a melhor esposa. Dentro do contexto Copa do mundo esses lindos foram muito bem. Eita casalzão da porra!

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