A minha relação com o esporte sempre foi por mim. Subir no lugar mais alto do pódio é muito legal, mas a minha piração é praticar esportes, assim, no plural. Não é ser foda em um único esporte, mas praticar muito bem vários esportes. Talvez por isso tenha encontrado no termo "80 porcentista" o meu abrigo.
A "vida fitness" sempre tem uma narrativa prontinha para te vender. Geralmente o envelope vem com frases motivacionais e um padrão mental pré-estabelecido: você é capaz de tudo. Eu também acho que você é capaz de tudo, mas não posso afirmar isso sem antes entender o seu contexto, e é justamente isso que o fitness não faz.
Mas basta andar um pouco para ver gente com máscara no queixo, na mão ou até mesmo sem máscara. Não é diferente ali no mundo instagram, é rolar feed, story e reels, que sempre pinta alguém fazendo a "terapia do dia" sem o devido cuidado, e pior, deixando registrado nas redes o que faz. Gente com alguns milhares de seguidores, que fala de saúde, bem estar, conexão, gratidão...
Nesse período tentei retomar a corrida, ensaiei funcional em casa, pulei corda, até fui para o parque, mas meu corpo parecia querer um tempo para colocar as ideias no lugar. O movimento ainda não encaixa, as dores no corpo aumentaram, o fôlego não chega perto do que era antes...
Vanessa Freitas é uma mulher inspiradora, encontrou na corrida o respiro necessário para lidar com a artrite reumatóide, uma doença autoimune que pode paralisar as articulações.