Leia ouvindo: Foo Fighters – Everlong 

Eu realmente devo ser uma mulher de sorte! Já faz algum tempo que faço questão de conviver com mulheres que me inspiram de alguma maneira. Elas são diferentes em todos os sentidos da idade à personalidade, do bairro a conta do banco. A diversidade entre elas me nutre. A relação com cada uma delas é de troca – nem de mais, nem de menos.

Há quase dois anos, na mudança de vida e carreira que passei, percebi que algumas amizades renovaram votos, outras encerram ciclos e felizmente, novas fizeram morada na minha rotina. A Juliana e a Renata fazem parte desse ultimo. Elas não fazem ideia da importância que tem no meu dia a dia. Apesar de verbalizar nas conversas cotidianas e nos encontros, é provável que eu nunca consiga demonstrar tal importância.

Somos – verdadeiramente – troca.

Não exista zona de conforto que nos abale. É como se tivéssemos feito um pacto: acomodação nessa vida? Nunca. Tanto que somos parceiras de aventuras e “desaventuras”. É do meio do mato ao Netflix num piscar de olhos.

Conheci a Renata nas aventuras do mundo corporativo, já a Ju foi numa viagem de aventura para o Petar – o parque estadual que fica no vale do Ribeira. E nessa história de dividir rotina, levei as duas para um treino de escalada. Esse é um dos esportes que quero me dedicar no próximo ano e sempre que posso, treino a escalada indoor. Entre risadas e parede de escalada, elas me ensinaram muito – de novo.

Fotografia: Juliana Manzato
[ vale lembrar: escalada indoor = no ginásio de escalada | escalada outdoor = paredões de pedra ao ar livre ] 

A Ju já havia praticado escalada outdoor, mas fazia muito tempo que não escalava. A Rê estava indo para a escalada pela segunda vez. E são nesses programas com amigas que percebemos os vínculos que criamos com cada uma delas. Os nossos, por exemplo, são vínculos baseados em cuidado, estímulo e presença, e eu particularmente acho isso muito bonito. É um tripé que levamos para qualquer situação, e na escalada não seria diferente.

Durante toda a escalada era uma estimulando a outra. “Vai mais um pouco, você consegue”, “Quer descer mesmo? Tenta mais uma vez”, “Descansa, depois você tenta de novo”, “Você subiu mais do que na última vez”.

A Ju quase completou a parede toda, a Rê, que na primeira vez tinha travado no meio da parede, subiu algumas vezes superando o medo e limites. Deu um orgulho danado de proporcionar para elas um sábado diferente do que estavam acostumadas. Elas são casca grossa. Missão  dada é missão cumprida!

Sair da zona de conforto, superar medos e limites não é nem um pouco fácil, mas é necessário. Assim como eu trago elas para o meu mundo, elas me levam para o mundo delas. É uma troca tão genuína e verdadeira que com elas não existe programa ruim.

Entre os ensinamentos do dia – e do esporte:

  • Confie no outro, principalmente em quem está fazendo sua segurança (viu, Renata?);
  • Sobe só mais um pouquinho, você consegue;
  • Tá com medo? Vai com medo mesmo.
  • Respira.
  • Termine a escala e vá para o supermercado mais próximo comprar vinho e petiscos, vocês merecem um pós treino muito divertido!
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