Desde muito cedo nos deparamos com inúmeras situações que nos exigem tomada de decisão, e com o passar do tempo essas escolhas vão ficando cada vez mais complexas.

Quando eu tinha 12 anos decidi entrar na escolinha de handebol da minha cidade. Aos 15 escolhi deixar a casa dos meus pais para seguir jogando. Com 22 topei o desafio de atuar na Europa. E agora com 28 aceitei que chegou a hora de parar.

Imagem: reprodução/arquivo pessoal Carol Minto.

Confesso que foi muito mais difícil do que eu imaginava.

Pouco se fala sobre essa decisão que é um momento duríssimo na vida de todos os atletas: PARAR DE ATUAR NO ESPORTE.

Durante três anos me senti vivendo em um limbo por não conseguir desistir. Até que, depois de muitos períodos de crise, entendi a diferença entre parar e desistir e isso foi fundamental para minha saúde (física e mental).

A desistência geralmente se dá por imposição. Quando tudo ao redor parece forçar o não prosseguimento de algo. Já o parar é consciente. Pensando. E em muitos casos até reversível.

Nós atletas não desistimos. Por isso insisti em seguir jogando, mesmo com o sentimento de insatisfação gritando em mim.Eu não conseguia me imaginar em outro cenário, já que mais da metade da minha vida passei dentro das quatro linhas.

Foi um longo caminho até eu entender que o que tenho como profissão não define quem eu sou como ser humano. Nós não nos limitamos somente ao que fazemos. Somos um infinito de realidades e possibilidades!

Estou redescobrindo o mundo a cada dia e isso tem sido incrível e desafiador.
Confesso que a insegurança e as incertezas as vezes aparecem, mas como a alma de jogadora sempre estará viva em mim são só mais duas etapas a serem vencidas durante o campeonato da vida.

Carol Minto é ex-jogadora profissional de Handebol e nova colunista do Esportes Dela.

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