Se antes o mundo parecia estar a nossa disposição, e a liberdade se apresentava como um estilo de vida imperdível, hoje, a sensação é outra. Nossa vida se apresentou muito mais frágil do que a casca de um ovo.

O mundo mudou drasticamente de rota. A tempestade foi a mesma para todos, mas os barcos, quanta diferença. Fomos obrigados a rever, o individual e coletivo. No esporte não foi diferente, eventos e mais eventos que, se não foram postergados, foram cancelados. Nem a Olimpíada de Tokyo ficou fora disso, foi para 2021.

Esportistas, atletas amadores e profissionais tiveram suas rotinas de treino modificadas. Distanciamento social necessário até encontrar um novo ponto de equilíbrio. Nunca antes, a vida lá fora pareceu tão necessária.

Esse Manifesto traz reflexões para transformar e inspirar a volta a rotina depois de tanto tempo longe dela. Como poderia melhorar ainda mais?

Se partirmos do princípio que é sempre melhor olhar a vida através do copo meio cheio, o distanciamento social pode ser visto como um descanso ativo. O corpo em movimento importa mais do a performance de uma prova, por exemplo. O esporte se torna um benefício mental, trazendo momentos de re-conexão, sem cobranças ou neurose sobre forma de corpo e alimentação. Fica apenas o que é essencial e transforma.

Aos poucos vamos percebendo que o minimalismo se faz presente. Com qualidade, e não quantidade. O vento no rosto, o contato com a natureza, a imersão em um objetivo, os resultados, superar limites, quebrar crenças limitantes, experimentar algo novo, perceber que são aqueles poucos e bons.

Desligamos o modo automático, e deixamos o “flow” assumir. O que mais é possível que você ainda não considerou?

A busca pelo eterno Nirvana na vitória dá espaço para pequenas, mas grandiosas, vitórias cotidianas. O longão vem em depois, por hora, a felicidade em fazer 5 km está estampada no rosto. Se o ginásio de escalada está fechado, a oportunidade de escalar na rocha parece ser mais atraente. Talvez uma descida para o litoral em um horário alternativo, entrada no mar quando permitido. Uma trilha no interior, uma remada de SUP na represa. 40min na ergométrica ali na sacada mesmo. Uma caminhada pelo bairro.

A vida lá fora não deixa de ser uma oportunidade maravilhosa de olhar para dentro. Desacelerar, observar, descansar e criar novas possibilidades no esporte.

Aos poucos, criamos uma nova e interessante rotina para viver os convites da vida lá fora. Longe da performance, competição e meritocracia, entendemos que a vida, bem como treinos, não são lineares, tão pouco, feito de números exatos.

O esporte nunca foi tão necessário, para realocar valores e cuidar do corpo, mente e espírito. Quando a vida se manifesta lá fora, não hesite em ir, de braços abertos e coração cheio.

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