Eu gosto bastante do Brad Stulberg – se você ainda não o conhece, recomendo ler seus artigos na revista Outside EUA. Pelo menos para mim, os artigos de Brad servem como um mapa interessante de investigação sobre aprendizados da prática esportiva e vida.

Sempre acreditei que praticar atividade física seria, de alguma maneira, uma forma de meditar. Brad me mostrou que talvez não seja bem assim. Para ele, praticar atividade física ou esporte é uma coisa, e meditar, bem, é meditar mesmo. Isso não quer dizer que as atividades não compartilhem pontos em comum, pelo contrário.

imagem: reprodução;

Ambas, atividade física e a meditação, são boas maneiras de acalmar a mente e encontrar um estado de fluxo que te leve para o momento presente, onde não existe mais nada além do que a atividade que você está praticando. Esse poder de presença é um ponto em comum entre as atividades. Além disso as duas práticas possuem desafios e desconfortos que auxiliam no processo de separar a consciência da realidade.

Na corrida ou na caminhada, é muito provável que depois de um tempo você comece a sentir as pernas queimarem. Inicialmente, você apenas observa, sem se deixar levar pela sensação, certo? O contraponto que Brad traz, vem da meditação. É através dela que você aprende a observar todos os tipos de pensamentos, sentimentos e impulsos sem se envolver com eles.

A meditação chegou na minha vida em 2017, quando me mudei para São Paulo e percebi que estava muito mais agitada e me adaptando a um ritmo de vida que não necessariamente era o meu. A prática esportiva já existia, mas acabou melhorando bastante depois da meditação.

Enquanto na atividade física existe “barulho” demais, na meditação é só você e sua respiração. O que para muitas pessoas pode parecer chato ou “parado”, acaba sendo um ótimo exercício para lidar com a impulsividade, impaciência e resiliência, entre outros sentimentos, e claro, a lidar com a própria cia.

Depois de observar cada ação-reação do esporte e da meditação na minha rotina, posso dizer que uma das melhores decisões que tomei foi seguir com as duas atividades. Apesar de estar no esporte de maneira ativa, preciso concordar com o Brad que… meditação é meditação.

Silêncio. Inspira. Respira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You May Also Like
Leia mais

OI, CONTEÚDO ESPORTIVO!

Escolher trabalhar com conteúdo esportivo foi desafiador, não pelo conteúdo em si, já que desde que me conheço por gente prático e acompanho os mais diversos esportes - o que facilita bastante, mas não é o suficiente. O tempo todo você precisa provar que você sabe do que está falando, que estudou para aquilo, que abraçou aquele projeto porque você tem competência para tanto.
Leia mais

ANA MARCELA CUNHA É BRABA

O que eu mais gosto como jornalista é contar histórias. Melhor ainda é poder se inspirar de alguma forma com essas histórias. Eleita melhor do mundo pela FINA seis vezes (!) e muito longe de receber o reconhecimento que deve pela mulher incansável que é: Ana Marcela Cunha é braba.
Leia mais

JÁ PENSOU EM SUBIR O EVEREST DE BIKE?

"Como assim parte II, Van?". E foi com essa pergunta que eu descobri que 8.848m de altimetria é bobagem, existe o desafio duplo do Everesting. Consistem em fazer a prova x2, ou seja, chegar aos 17.696m de altimetria. Resumindo: subir e descer o Monte Everest duas (!!!!) vezes.